Nesta terça-feira (24/08) foi ao ar o quinto episódio do podcast “2 Lads” de Daniel Sharman e Leggy Langdon. Confira a tradução completa do episódio “Vergonha” e escute a conversa entre esses dois caras:

Na primeira desta conversa de duas partes, Leggy e Daniel discutem a vergonha, desde como eles a vivenciam até o reconhecimento de seus efeitos e por que é importante falar sobre isso. 2 LADS também falam sobre a relação entre vergonha e julgamento, e como podemos cair na armadilha de projetar nossos próprios padrões morais nos outros, levando à vergonha desnecessária. E eles ainda falam sobre como a vergonha afetou suas vidas sexuais e relacionamentos pessoais. Ouça agora outra conversa franca sobre um assunto sobre o qual você não ouve muitas vezes homens falando tão abertamente.

Daniel – Oi, bem-vindo ao podcast 2 Lads, por Daniel Sharman e Leggy Landon 2 Lads.

O podcast 2 Lads é um lugar para ouvir sobre tópicos que talvez você não tenha ouvido homens falarem tão cadentemente e intimamente antes, não é bobagem, vai direto ao ponto, é cru e é honesto.

E é uma conversa que nós acreditamos que precisa ser discutida, somos ambos homens neste mundo tentando encontrar nosso caminho, tentando entender porque somos do jeito que somos e como podemos aceitar nós mesmos completamente, em um mundo de constante mudança tire uma pausa por trinta minutos e apenas venha ouvir os 2 Lads em uma conversa profundamente vulnerável.

Leggy – Essa merda é tão profunda.

Daniel – É.

Leggy – É tão profunda pra caralho que… tipo… eu não podia nem contar pra você, não podia contar para nenhum dos amigos dos nosso círculo. Porque é tão profunda.

Daniel – Quando você fode as coisas o que você faz?

Leggy – Então você reconhece, você reconhece que fez merda, mas também naquele momento você precisa ser gentil consigo mesmo, por você já está com vergonha.

Daniel – Eu acho que vergonha é muito mais profundo, muito mais pernicioso, a emoção na verdade corre muito mais com o que fazemos.

Leggy – Tem algo acontecendo comigo, que eu me sinto um merda e é como se existisse um conflito em mim, ocorrendo tipo: porra eu me sinto assim agora e na verdade eu não quero me sentir assim, então e agora? O que eu faço com isso, cara?

Leggy – Oi, eu sou Christian Leggy London.

Daniel – Oi pessoal, meu nome é Daniel Sharman e este é o podcast 2Lads.

Leggy – O episódio de hoje é a parte um de dois, de um assunto pesado: vergonha.

O que é vergonha? Como vivenciamos isso? Qual é o seu propósito?

Daniel e eu discutimos nosso próprio relacionamento pessoal com a vergonha, reconhecemos quando estamos com vergonha e como estar com vergonha é um sinal de passar do limite de nossos próprios termos.

Também falamos sobre algumas das coisas estranhas que fazemos para nos esconder de julgamentos, a necessidade de ser gentil consigo mesmo quando cometemos erros e como isso não é encorajado na sociedade atual.

Leggy, esse sou eu, discute um incidente muito pessoal envolvendo vergonha, de um relacionamento recente. Como mesmo agora é difícil procurar ajuda as vezes.

Daniel discute a diferença entre a vergonha de carga frontal e a vergonha de carregar para trás.

E como um é útil e o outro nos empurra para as sombras, tudo isso e mais, neste episódio do podcast 2 Lads.

Fique ligado para nosso episódio mais pessoal e revelador até agora.

Vamos falar sobre isso!

Leggy – Sim, cara.

Daniel – Sim, cara.

Leggy – Okay, então, vergonha é complicado, está próximo ao meu coração e….

Daniel – No coração da maioria das pessoas.

Leggy – No coração da maioria das pessoas, vergonha é estranho, porque na maioria do tempo você nem sabe que está com vergonha, até que você reflete no que acabou de fazer. Ou a vergonha te faz fazer coisas inconscientemente e não parece que você está com vergonha, pelo menos para mim, eu não tipo: Ah eu estou com vergonha, então eu vou fazer algo.

Eu fico, de repente eu começo a fazer coisas que eu não quero que as pessoas saibam, então eu escondo isso nas sombras, isso é uma coisa sorrateira porque é como o cara no seu ombro, tipo o bom e mau, parece que o diabo no meu ombro está falando: Vamos lá, faça! Pegue o telefone.

Daniel – Você sabe que quer, Leggy.

Leggy – Sim e como tende a vir de uma série de eventos que aconteceram anteriormente a isso e também vem em todas as formas e tamanhos.

Daniel – É muito… Eu acho… que porque achamos que vergonha é a versão mais óbvia de vergonha é dizer eu sei. Quando as pessoas dizem que vergonha é quando você fez algo ruim ou errado. E isso parece que é um momento, você sente, você está em um momento em que sente vergonha, se sente envergonhado.

Leggy – Se sente envergonhado sim.

Daniel – E achamos que é isso, de um, essa é a vergonha emocional, mas eu acho que vergonha é mais profundo, muito mais pernicioso, emocional, na verdade depende muito daquilo que fazemos, sem perceber o quanto a minha vida esteve em vergonha.

E eu estou começando a notar, é como você disse, que os contos da vergonha são até mesmo não querer revelar a outra pessoa o que você fez ou começar a se afastar de pessoas, comunicação, se você…. Qualquer coisa que parece que te deixa nas sombras de qualquer modo ou parece que você está se retraindo de algum modo, geralmente a vergonha pode praticamente pegar como a forma das suas emoções naquele momento.

Leggy – Sim, sim.

Eu sinto vergonha depois de ter feito sexo, apenas bate.

Daniel – É? Porque já falamos sobre isso antes, mas na verdade é no momento de gozar, você sente vergonha, se você não gozar você não sente vergonha, tem algo sobre a infâmia de se entregar totalmente para algo, tem vergonha nisso, eu não sei o que é mas provavelmente profundamente enraizado em algum tipo de se dar por inteiro. E eu sinto uma grande quantidade de vergonha, eu sou muito envergonhado nesse espaço, durante anos eu não ia gozar porque liberava uma dose de vergonha, nós já falamos sobre isso no podcast sobre sexo?

Leggy – Não, nós não falamos.

Daniel – Mas vergonha, como você diz vem de uma forma muito grande

Leggy – Eu estou assistindo pornô, o que não faço muito, mas as vezes eu faço. E então é só tão ruim, meu colega sempre brincou sobre isso, ele pegou o laptop e estava se masturbando e segurando o laptop e literalmente ele gozou, gozou, gozou e então….

Daniel – O que eu adoro sobre isso é que eu sinto que agora existem tantos pop-ups de anúncios de pornô, o que acontece é que você bate a tampa do laptop certo, e você fica: Foda-se. Eu não vou nunca mais vou fazer isso de novo.

E então você abre um e fica tipo.

Leggy – Sempre tem outro tipo ….

Daniel – Mais elementos de vergonha e você fica só (os dois começam a falar juntos, não consegui entender). E é tipo olhar para trás, na sua espiral de vergonha e ficar tipo: Ah Deus, eu estava olhando isso? Fecha, fecha, fecha.

Leggy – É.

Daniel – E então tem outro anúncio bem no final, tipo assim: Bundas grandes, você gosta disso? Clique aqui.

Leggy – Vamos lá, você sabe que quer.

Daniel – E então um dia depois, você esquece.

Leggy – Eu também gosto de limpar todo o meu histórico.

Daniel – Isso nunca aconteceu.

Leggy – Eu programei meu histórico para limpar automaticamente a cada 24 horas a até quando estou olhando pornô e eu deleto só a página, eu vou na parte da seleção e me livro dessa parte. Mesmo que eu… sabe não tem ninguém ali, sou só eu.

Mas eu fico tipo, eu não quero nem ver.

Quero dizer, na verdade eu não sou proponente de pornô.

Daniel – Você quer dizer não apoia isso?

Leggy – É, quer dizer, eu não sou contra, eu não fico tipo: Não deveria existir pornô. Mas assim como tudo, passa muito dos limites.

Eu me lembro quando nós éramos crianças, teria uma revista pornô que basicamente passava por rodadas de todos os garotos na escola… Exatamente.

Quer dizer, eu me lembro de olhar uma revista pornô francesa barra pesada pela primeira vez.

Daniel – Pornô.

Leggy – É pornô, e eu e meu amigo estávamos sentados no quarto dele…

Daniel – Ah Leggy, isso está ficando estranho.

Leggy – Claro.

Daniel – É isso que eu gosto de ouvir.

Leggy – E ele estava jogando no computador um jogo ou alguma coisa assim no PC e eu estava no canto olhando.

Então eu estava me masturbando no canto com ele, é e então nós trocávamos.

Daniel – interessante.

Leggy – Eu podia me esconder no canto.

Daniel – Isso é porque você estudava em um colégio interno?

Leggy – Não, eu não estudava em colégio interno, cara.

Daniel – Ah não?

Leggy – Não, eu era tipo um esfregador.  Era só tipo, esse aqui é meu amigo, certo, ele tinha acesso a…

Daniel – A revista.

Leggy – E você só encontrava. Então ele pegou de um amigo na escola e ele trouxe para casa, nós estudávamos na mesmo escola com horários diferentes e então passávamos um tempo juntos depois da escola e era essa uma das coisas que fazíamos, nós também experimentamos um pouco sexualmente, mas enfim, eu me lembro de ser uma experiência muito excitante de só ver uma vagina, sabe? Mas eu realmente não me lembro da primeira vez que eu comecei a sentir conscientemente vergonha.

Daniel – Eu senti vergonha na primeira vez.

Leggy – Sério?

Daniel – Sim.

Leggy – Na primeira vez, você quer dizer que se masturbou?

Daniel – É, foi tipo eu me lembro de pensar, nós falamos um pouco sobre isso no podcast sobre sexo, mas eu me lembro de pensar oh Deus, você não deveria se sentir assim, é demais, eu não consigo conter esse sentimento e então imediatamente estava nas sombras, porque eu acho que chega um momento na sua vida em que você não está ciente do quão poderoso um sentimento assim e então quanto do seu corpo pode assumir o controle.

Leggy – Mas espere, isso significa que existia um tipo de associação sórdida?

Daniel – Eu acho que não, quer dizer e então eu fui para um colégio interno e então lá os caras estavam se masturbando o tempo todo.

Leggy – Certo.

Daniel – Eu não fazia tanto isso, mas é mais para mim a vergonha na verdade vem quando tem uma mulher lá, porque eu acho que tem algo inerentemente vergonhoso sobre dizer: isso é o melhor que eu posso fazer.

Leggy – O que você quer dizer com o melhor que você pode fazer?

Daniel – Bem você chegou ao ponto onde você não consegue mais fazer.

Leggy – Okay, então você… esse é o fim da linha pra você.

Daniel – Sim, qualquer que seja o sentimento para elas, é tipo: ah foi isso.

Leggy – Certo.

Daniel – Certo.

Leggy – Eu nunca pensei nisso dessa forma.

Daniel – 34 segundos.

Leggy – Que rápido.

Daniel – Mas eu acho que a vergonha estava mais presente no sexo, para mim muito da vergonha vem de não cumprir as expectativas de outras pessoas.

Leggy – Certo, sim, sim.

Mas são as expectativas de outras pessoas ou é o julgamento de você mesmo, como aquele negócio todo de amar a si mesmo?

Eu ando lendo muito A Nature, ele só todo: sem vergonha e sem culpa, não tem certo, não tem errado, você decide tudo.

Daniel – Sim, é muito niilismo realmente, não é?

Leggy – Bem sim, mas ele pensa não, porque ele também é contra o niilismo, ele é mais tipo você é a sua própria espiritualidade, ele é ateu sabe, Deus está morto e tudo isso, então você meio que se torna Deus, essencialmente você é seu próprio Deus.

Daniel – Então morais e essas coisas são criadas por você mesmo e por isso seu próprio julgamento de si mesmo é seu.

Leggy – Sim.

Daniel – Você acha que herdamos nos sentir envergonhados, quer seja certo ou errado?

Leggy – Bem eu acho que isso é uma parte que está associada com a sua própria programação, sabe o que quero dizer? Então você meio que está condicionando e então onde você está em sua própria definição de si mesmo, suas próprias regras, você basicamente pode dizer é assim que eu vivo a minha vida, esses são os meus valores, essas são as minhas crenças e eu vou ficar com elas e elas são contra as dos outros, certo? E isso pode ser um problema para você se você cruzar as fronteiras da lei, mas coisas básicas como Eu não vou trair a minha namorada é um valor, certo. E o que isso significa, você ainda tem que decidir o que não trair é porque especialmente na atualidade existem tantas áreas em que você pode trair, você pode estar traindo emocionalmente, você pode estar só traindo visualmente, sabe traindo fisicamente.

O que é traição? E é diferente para cada pessoa, eu tive namoradas que o nível de traição é muito diferente do meu, sabe e por isso entra o problema de compatibilidade.

Leggy – Tudo isso acontece e, por dentro, você está: “tanto faz”. Isso é o que testa a minha estrutura moral, sabe, porque, no final das contas, eu sou imperfeito e cometo erros, então quando faço isso é, na verdade, é de se esperar…

Daniel – É de se esperar com o passado. É o favorito do Leggy…

Leggy – Eu só crio esses campos minados…

Leggy – Ouça, se você não sabe fazer, apenas invente. Apenas faça isso com confiança.

Leggy – Sim, sim

Daniel – Apenas diga como se você realmente soubesse e, em seguida, faça o que é de se esperar…

Leggy -Faz sentido sim, é de se esperar.

Daniel – Sim, sim.

Leggy – Então, os erros são importantes e isso não significa que eles são fáceis, certo? Estou passando por isso agora, então…

Daniel – Então que está acontecendo com você agora?

Leggy – Estou vivendo por este código de extrema transparência e verdade, dizer minha verdade o tempo todo e viver pelas consequências. Recentemente, eu estive em um conflito interno em torno da verdade, no que diz respeito aos meus sentimentos num relacionamento, ok? Tentar ser o mais honesto que puder. Eu estive em um relacionamento vai e vem por cerca de nove meses e meu instinto me disse para mantê-la a uma distância emocional. Essa pessoa tem sido incrível para mim de várias maneiras, mas eu sempre fui um pouco como: “não tenho certeza, não acho que posso, não acho que esse é o tipo de relacionamento de parceria para mim, então eu tenho sido muito claro sobre isso desde o começo. E então recentemente eu terminei porque parecia desequilibrado e porque eu sentia que meus sentimentos não estavam alinhados com os dela e, portanto, não parecia justo estar no relacionamento. Eu terminei e depois de algumas semanas eu comecei me sentir diferente. De repente você começa sentir abstinência — eu tive um pouco de abstinência dela porque tinham muitas coisas que eram ótimas e divertidas, e eu comecei a sentir falta dessas coisas. Sexualmente foi muito curativo para mim. Essa foi a primeira mulher consistente na minha vida após quase três anos, sabe, desde aquela separação, o vácuo e todas as coisas que mencionamos no episódio de separações. Então, tem sido complicado para mim porque tendo preocupação e conexão com alguém mas, ao mesmo tempo, também não me sentindo completamente investido emocionalmente nisso a ponto me comprometer com ela como companheiro, certo?

Essa tem sido a batalha com esse relacionamento e, depois de acabar, eu tive esse tipo de sentimento de abstinência e senti falta dela, senti falta do jeito dela e pensei que talvez fosse eu e que eu não dei a ela uma chance totalmente justa no relacionamento, sabe, sendo distante com ela, não permitindo-a no meu mundo, não confiando nela. Eu queria meio que riscar esse potencial da lista, o potencial da arte, era comigo e eu não estava dando a ela uma chance justa, se isso faz sentido. Então, eu voltei para ela e engoli meu orgulho, com essa intenção de dizer: “quer saber? Vamos tentar. Eu quero que você seja minha namorada e vamos oficializar,” o que eu fiz e ela ficou muito feliz com isso. Ela também estava um pouco reservada em voltar, um pouco emocionalmente, pelo menos realmente a fez se tornar muito pequena. De qualquer maneira, o ponto é que o mesmo problema para mim surgiu muito rapidamente, dentro de um mês, onde o tipo de desconexão está para mim. E é quase algo que não se pode realmente falar, é só que surgindo meus sentimentos sobre isso… eu não sinto como se eu pudesse realmente fazer isso com ela, eu não sinto que posso ser vulnerável, não confio no que ela está dizendo para mim e o que ela está realmente sentindo, embora não seja mesma coisa, certo? E agora estou carregando o sentimento de que não está certo, e esse sentimento agora caiu como culpa e vergonha que estive abrigando porque não fiz o que disse que faria. Nem sempre estou sendo o mais autêntico, estou arrumando tudo isso. Há uma expectativa; ela é muito muito clara sobre o que ela quer, em sua cabeça, e eu não sou. Então, novamente, o desequilíbrio, estou carregando isso agora porque me senti mal, culpado e vergonhoso que agora este sentimento está aqui. E isso é muito ruim porque eu quero ser capaz de falar minha verdade o tempo todo e eu posso, mas eu também sou… É muito difícil, né? É muito difícil, sim.

Agora estou me sentindo diferente. O que eu faço com esse sentimento agora?

Daniel – Como você pode não machucar alguém mesmo que vá ser doloroso? Então, você sente vergonha. Então, o que acontece, porque você sabe que se parar de falar, parar de falar comigo ou com a equipe masculina ou qualquer outra coisa e aí vem a vergonha e te corrói e te engole. Já é assim por um tempo.

Leggy – Eu fiquei no escuro com isso. Eu me reconectei com outra mulher em um nível de amizade, mas eu penso, subconscientemente, por baixo disso havia como uma espécie de linha de pesca para tentar obter algum outro tipo de conexão que gostaria de validar o outro sentimento. Então, você está tentando cobrir a vergonha com algum tipo de atenção. Alguém que não está envolvido em qualquer uma dessas coisas pode simplesmente entrar e ficar tipo: “oh, eu estou tão feliz que você está de volta, você é incrível.” Eu posso apenas ir nessa onda por um segundo, o que na verdade torna as coisas ainda piores no departamento de vergonha, porque agora eu fiz algo um tanto questionável fora do lance de relacionamento. Isso é, depois de toda a verdade que tenho vivido, todo o trabalho que fiz, e é por isso que é algo filho da p*ta quando essas coisas acontecem.

Leggy – Eu estou como se estivesse consciente, sim, estou fazendo isso, estou consciente de que estou: “oi, como vai?”. Sabe, para ver o que está acontecendo e estou consciente que agora está embutido em fazer isso, está me forçando, é quase como se eu estivesse explodindo deliberadamente.

Daniel – Você está se sabotando por causa da vergonha, então produz essa ideia de querer, de alguma forma, confortar a vergonha, seja lá o que for, se é pornografia, sabe, outra pessoa fazer algo que te dá uma gratificação imediata, então essa vergonha, em última análise, aumenta porque, depois que esse momento terminar, [a vergonha] apenas cresce e cresce. Essa geralmente é a única coisa da vergonha, onde começa e, frequentemente, acho que os homens não são bons em lidar com isso porque nós não falamos muito. Nós nunca conseguimos rebater algo de outra pessoa e parar o redemoinho em si.

Leggy – Mas também, cara, olha…

Eu tenho um ótimo sistema de suporte e mesmo assim, eu não fui porque essa merda é tão profunda, sim, é tão profundo que eu não poderia nem vir até você, até nossos outros amigos, em nosso time, porque é tão profundo e eu estou fazendo essa coisa que está totalmente fora do alinhamento da forma como eu vivo, o trabalho que fiz, quem sou como homem agora, mas aqui estou, passando por isso de novo e gosto de falar sobre isso.

Daniel – E eu acho importante conversar sobre porque é, na verdade, muito assustador fazer isso. Temos que encontrar algumas ferramentas para isso porque eu faço… Eu concordo totalmente. Estávamos conversando ontem e você disse: “eu não queria te dizer” e eu senti isso porque eu não queria que você levasse a gratificação imediata de algo que te dá algum tipo de conforto. Sabe, pornografia, seja o que for…. pode ser álcool… Os prazeres realmente querem que alguém leve para longe de você, para que você não queira falar sobre isso porque você está com medo que vão tirar isso de você.

Leggy – E é interessante porque é como se eu pudesse olhar para trás e rastrear tudo, esses pequenos momentos que estão se construindo com o tempo para me mandar nisso, indo além da margem. É uma coleção de fazer coisas que estou orgulhoso, de apenas me sentir bem com a vida e trabalhar nas coisas e ficar sozinho por tipo uma semana e trabalhando longe e não realmente vendo a pessoa e se acostumando a ficar sozinho. E então, é como uma recompensa ou algo assim. E como também há um ressentimento aí sobre o fato de que me sinto assim, sobre esse relacionamento, eu me ressinto disso. Isso está acontecendo e o ressentimento é tão estúpido, bem, você se ressente também por não ser verdadeiro, mas também representam que não se pode garantir que o relacionamento seja verdadeiro, quero dizer, há tantos ressentimentos. Essas são todas as coisas…

Daniel – O que me falaram sobre isso é que você toma atitudes evitáveis, o jeito de contornar isso, então você faz coisas que na verdade são boas para você que não vão te deixar com vergonha e isso é muito difícil de fazer quando você está se sentindo como se fosse sexta à noite e vocês estão em uma discussão sobre algo, perdem a paciência ou seja o que for e uma mensagem chega no Instagram ou qualquer coisa, e então de repente você pensa como pode colocar isso de lado e vai, na verdade eu sei que vou dar um passeio em vez disso.

Leggy – É como se literalmente fosse assim, essas são todas as coisas que todos nós somos. Ter que navegar o tempo todo. Agora está ficando cada vez pior porque é cada vez mais fácil de gentilmente deslizar em um aplicativo ou ir no Instagram ou seja o que for e encontrar alguém que não esteja conectado a nada disso e fique: “você é incrível”, bem, há tantos poços de vergonha e, agora, são apenas poços de vergonha em todos os lugares que você simplesmente…

Daniel – Sim, você simplesmente não pode, você não pode fazer qualquer coisa além de tropeçar em um poço de vergonha em qualquer lugar como na internet.

Todos os outros sites são provavelmente um pouco de espaço de vergonha, sim, o mesmo poço. É como se você não perceba que você está nisso até saber que, de repente, você tem seis janelas tão interessantes para refletir sobre essas coisas…

Leggy – Porque eu fiz isso e não era tipo: “sim e não é ruim”, isso parece certo para mim, ser capaz de fazer isso porque há algo acontecendo em mim que eu sinto… há um conflito em mim ao redor de como… eu me sinto assim agora e eu realmente não quero me sentir assim, eu quero sentir que tudo é incrível, sabe? O que estou dizendo é que quero sentir como se pudéssemos apenas correr para o pôr do sol juntos e que eu escolhi corretamente, que isso é ótimo e eu estou comprometido, mas eu não me sinto assim, certo? Então, o que eu faço agora com aquele homem?

Daniel – Eu não sei, mas eu acho que é uma guerra consigo mesmo, em termos de o que faz você realmente se sentir bem após o evento se você planejar as coisas que realmente te fazem sentir bem, como quando vamos à academia ou algo assim, embora odiemos… Eu tenho essa coisa sobre vergonha que eu acho que é realmente a vergonha de tudo. É sobre se você enfrenta a vergonha de frente ou por trás. A academia como uma vergonha de frente, você fica meio: “ah, eu não quero ir”, então você acaba indo e você se sente muito bem depois. Mas você encarou a vergonha de frente, trabalhou isso, fazendo o trabalho, cozinhando encarando de frente. Você odeia fazer isso e então você faz e você fica tipo: “oh, isso é realmente bom”. Tudo o que está em volta da vergonha é a coisa assustadora, que parece imediatamente como: “oh, isso é realmente bom”. Eu vou mandar uma mensagem para aquela garota, e então eles vêm, você tem esta grande coisa e então a vergonha por trás é igual e proporcional de como a primeira parte foi fácil. Eu acho que nós apenas continuamos no chat, eu acho que falar sobre isso é muito importante porque ninguém parece ser assim. A vergonha está em todo lugar como se você só tivesse.

Leggy – É mais ou menos como acontece. E todo mundo fica meio: “você é um babaca”, como se fosse imediatamente como um caminho que todo mundo faz, graças a Deus não era eu. Isso parece intenso.

Daniel – Na verdade eu estou falando sério, quero dizer, mas é realmente legal porque agora podemos ter uma conversa que gosto muito sobre os sentimentos de vergonha.

Leggy – Muito obrigado por ouvir a primeira parte deste episódio e, como sempre, a conversa está em andamento e, neste caso, literalmente continua na próxima semana com a parte dois. Certifique-se de voltar para ouvir uma discussão mais aprofundada sobre o assunto de vergonha; o Daniel fala sobre como a vergonha pode aparecer em seu trabalho como ator e eu falo sobre o sentimento de tratar sobre a vergonha é importante, ao invés de sufocar o sentimento com agentes entorpecentes, como drogas, álcool e sexo.

Daniel – Conte-nos se há um assunto que você gostaria que nós falássemos sobre e nos conte o que você acha dessa conversa até agora.

Leggy – O podcast 2 Lads está disponível em qualquer lugar que você ouça podcasts, então, por favor, não esqueça de se inscrever para não perder os últimos episódios e nos dê cinco estrelas de avaliação. Conte aos seus amigos sobre nós. Todas essas coisas realmente nos ajudam muito. Realmente agradeço e estou mandando amor a todos vocês. Até a próxima! Sim, cara, sim, cara.

Daniel: Obrigado por escutar este episódio de The 2 Lads Podcast. Essa conversa é contínua e envolve todos nós juntos, então adoraríamos ouvir de você. Nos conte se existe algum tópico sobre o qual gostaria que falássemos e o que acha da conversa até agora.

Leggy: The 2 Lads Podcast está disponível onde quer que escute podcasts, então, por favor, não esqueça de se inscrever para que não perca o próximo episódio. Nos dê uma avaliação de cinco estrelas, e conte para seus amigos sobre nós— tudo isso nos ajuda bastante. Nós somos muito gratos. Mandando muito amor para todos. Até a próxima.

Daniel: Sim, cara (lad).

Leggy: Sim, cara (lad).

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Tradução: Carolina & Izabelle.

Revisão: Izabelle